14 de maio de 2013

REFLEXÕES MELANCÓLICAS NOVENTISTAS

Estava fazendo uma reflexão acerca dos meu conhecimentos musicais quando me deparei com a seguinte pergunta: como eu adquiro um gosto musical?



Cada um deve ter seu jeito de começar a gostar de um tipo de música, de uma música específica, de uma banda, cantor ou grupo. Tem gente que se identifica mais com música melancólica, com música com batida boa. Outros, pela letra, pelas rimas. Os mais estudados, pela técnica, harmonia, arranjos, esse tipo de coisa.

Por isso que vou contar o meu jeito de descobrir o universo musical, até pra ver se algum de vocês se identifica, concorda, discorda.

Ouvi muito pouca música até quase meus catorze, eu acho, pois aproveitei bem a infância, entre brincar na praça na frente de casa, andar de bicicleta, roller, skate. Minha mãe ouvia algo meio rock, pois o rádio sempre ligado na Ipanema, atestava isso. Meu pai escutava música nativista e poemas gauchescos. Meus avôs não ouvem música até hoje. Nunca ouviram, creio eu. Meu vô sempre no radinho de pilha ouvindo a Gaúcha. 

Já minhas tias, principalmente a Márcia e Silvana, minha dinda, ouviam Guns'n'roses a primeira e Nei Lisboa, a segunda. Era um misto pra mim de MPB, rock, pop rock, nativismo. 

Comecei a ouvir música mesmo, por conta própria, lá pelos catorze quando comprei meu primeiro rádio, daqueles melancia, como diz o Jailson. Mas não foi tão por conta própria. Tive muitas influências, pois quem conhece pouca coisa tem que sair perguntando, ouvindo, experimentando. Nunca gostei é de ficar bitolado. Tá certo que tive minhas fases, mas isso faz parte da vida, da adolescência. Depois aquela misturada de ideias acaba virando um suco que a gente bebe e vira adulto. 

Mas o Jailson foi uma das minhas primeiras influências. Andávamos de skate juntos, ficávamos até de madrugada tomando coca cola na calçada e vendo os carros passarem. Tinha que ter sempre uma música acompanhando tudo isso. Aí veio o rock mais pesado, veio Raimundos, que é uma das bandas mais fodas do rock até hoje, veio os hard core e punk, com Green Day, NOFX, Rancid, Ramones, Blink 182º, Blind Pigs, Bad Religion e por aí vai.

Depois conheci o Rap e ACDC, principalmente com o Rodrigo do Morro Santana, umas coisas muito pesadas com o Willian, com o Jonas, Leonardo, Marcelo. 

Até essa época eu não suportava a pop art. Não suportava o pagode, esses pop tipo Lulu Santos, Gabriel Pensador, apesar de ouvir muito já na minha infância por ter os CD pela casa. Muito Skank ouvi da coleção da minha dinda. 

Mas também não queria ser um bicho da goiaba e ser bitolado também. Então deixei de ser tão radical e escutei de tudo, sempre. Tento sempre extrair o melhor em cada ritmo. Mas sempre com critério. E qual seria este critério?

Aí que vem a pergunta lá do começo. De onde vem esse meu critério tão subjetivo, que provavelmente muitos irão questionar e vir falar com você sobre bom gosto, sobre ser música de rico ou de pobre, politicamente incorreta, sobre clássicos versus modismos, etc. 

Se eu disser que meu gosto é que é o certo, ou quem escuta música tal é tal coisa, que não ouço tal tipo de música, estarei cometendo um grave erro. Pois isso é muito intrínseco e a história musical de uma pessoa tem sentido conforme a história de vida dessas pessoas.

Isso pra quem tem cabeça aberta.

Mas sempre me interessei pela qualidade da música e pela inquietação que ela provocar em mim. A maioria das músicas que ouço hoje em dia ou que passei a curtir, são canções ou hits que a primeiro momento me deixaram em dúvida se eu gostava ou não daquilo. O que desce fácil goela abaixo é o que preocupa a mim, pois não há problema quando tu odeia uma música de cara (sempre lembrando em que, quando se ouve uma música a primeira vez, deve-se deixar os preconceitos guardados numa gaveta.), pois se tu odeia, é porque é ruim mesmo. Agora quando uma música gruda na tua cabeça, aí é de preocupar, meu irmão. Porque aí vem as apelações, as músicas silábicas, ou as de melodia e refrão fáceis de cantar.


Olha a inquietação que é ouvir Legião Urbana, Raimundos, por exemplo. Tu tem toda a letra bem clara, mas tu não consegue compreender sem refletir. Um por lidar com dilemas juvenis, histórias de amor, reflexões da alma e outro por ser extremamente contundente em músicas que contam histórias fictícias, histórias populares e verdades cruas. 

Eu poderia citar uma legião de bandas contundentes e inquitantes, mas alongaria muito essa postagem, então fico só com essa reflexão mesmo pra ver se algum dos leitores deste blog compartilha dessa mesma opinião, ou quiser relatar a sua experiência com a música. 

Fico aí, agradecendo a todos pelas fitas que emprestaram, principalmente as que roubei ou fiz uma cópia, aos CDs originais que meus amigos compraram pra eu saber como era a capa, aos pendrives emprestados, aos DJs de Porto Alegre que gravam seus CDs promocionais, que nos influenciam bastante com suas set lists. E com a nossa era digital, aos que compartilharam música comigo, aos meus amigos DJs e músicos que trocaram ideia comigo, que divulgaram seus Soundclouds.

Valeu galera, comentem!

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